5.5.05

Uakti

Feita a ressalva de que é um disco produzido por uma companhia-genuinamente-brasileira-que-fabrica-cosméticos-genuinamente-naturais interessada em promover-se descaradamente em cima da miséria da música instrumental brasileira (as mocinhas com amostra de perfume da praxe estavam realmente à entrada do teatro), esse novo Oiapok Xuí, dos mineiros malucos e seus instrumentos ibidem, é do caralho. Destaque ultra para as variações sobre "Águas de Março", que começam com a quinta justa da melodia como fundamento da harmonia: xilofones, vibrafones, vidrofones, e até berimbau de três cordas, provavelmente inspirado nalgum instrumento do Cazaquistão, vão se sobrepondo, enchendo o acompanhamento, até a entrada da flauta abençoada do Artur Andrés. O teclado nem atrapalha!

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