23.11.09

Imahdijnando

Se os israelenses têm quatrocentas ogivas nucleares amoitadas e apontadas para todo-mundo-sabe-onde, por que são os iranianos - que ainda não têm nenhuma - os acusados de promover o genocídio?
Impossível que sejam capazes de semelhante maldade as compassivas criancinhas dos filmes de Makhmalbaf e Kiarostami (nenhum cineasta israelense, aliás, lhes chega aos persas pés).

18.11.09

Como o tempo passa...

"Foi o segundo dia de trocas de tiros na região em menos de 24 horas."

(Pérola extraída de importante sítio noticioso)

17.11.09

Cerradas (reloaded)

A confraternização anual da empresa se aproxima e Diego, jovem gerente de uma multinacional do setor químico-farmacêutico, ainda não sabe o que fazer. É necessário fechar o aluguel do espaço que acolherá a festa de fim de ano dos colaboradores, mas Diego enfrenta dificuldades: não quer repetir a mesmice dos anos anteriores, quando o evento aconteceu num salão de festas da Zona Sul, nem consegue encontrar lugares alternativos que caibam no orçamento. Até que sua namorada, Roberta, sugere o restaurante do MaMA. Frequentador do parque do Ibirapuera, Diego não pestaneja: “É isso! Não há melhor lugar nesta cidade. Aquela vista para o parque, as esculturas do jardim do MaMA, a cidade ao longe... A festa da empresa será lá!”. O local surpreende os convidados. “Onde? Como?”, perguntavam para Diego. A confraternização, realizada em dezembro de 2008, foi um festão, registrado em fotos e na memória de todos os funcionários da corporação...

N. do B.: Ouverture de um pequeno reclame a sair no periódico da formidável instituição cultural que me provê o (escasso) ganha-pão; comovido memento do fiel (na verdade palmeirense) companheiro de tantas e tão cerradas jornadas.

12.11.09

Lullian phantasies

Lula is often mocked for beginning his sentences with the phrase, “never before in the history of this country”. What his political opponents find even more infuriating is that he is often right.

(The E.)

11.11.09

Menores (o modo) momentos (V)

V. Revma. Messer Tartufo de' Verdepascoli, inútil negá-lo, é há quase um lustro inteiro o mais empedernido e militante adversário da entrada (opá!) da Venezuela no Mercosul:

Para Messer Tartufo, ao norte do bairro de Santana já começam as Guianas.

5.11.09

Alexei e gozei

"O problema foi a partir das décadas de 70 e 80, nas quais aparecem duas referências: a chamada poesia marginal - que não tem nada de marginal, foi muitas vezes subvencionada publicamente - e o mais nefasto de todos os movimentos, o lobby concretista, que criou uma falsa genealogia. Pega-se o romantismo inteiro, monstros absolutos como Gonçalves Dias ou Castro Alves, e os substituem por um poetastro completamente abominável como Sousândrade, que faz aquelas misturebas lingüísticas que existem desde a Grécia, passando por Rabelais, o barroco, os bestialógicos. Só tem novidade para quem é muito ignorante. Depois, chega-se no modernismo, que é aquela coisa com uma riqueza fabulosa, e é pinçado Oswald de Andrade, um poeta menor, um agitador cultural muito superior ao escritor. Elege-se um tradutor ilegível como Odorico Mendes, que fez da Eneida de Virgílio um telégrafo de maluco, e só a fabulosa atração por tudo o que é esquisito, aberratório, teratológico, para chamar a atenção e fazer quizumba, de ''seu'' Haroldo de Campos, pode explicar uma coisa dessas. O que é extraordinário é a quantidade de estudantes universitários, sobretudo em São Paulo - é sabido que os dois únicos lugares do mundo onde se leva o concretismo a sério são São Paulo e Hamburgo, na Alemanha - que cai nessa esparrela. Formou-se uma geração de idiotas que nunca leu nem Gonçalves Dias e perde tempo com Sousândrade."

N. do B.: Ben trovato, mas em minha quase supérflua defesa devo dizer que, "estudante universitário sobretudo em São Paulo", nunca perdi tempo com Gonçalves Dias, Sousândrade e Alexei Bueno.