14.9.09

Picaretas en todas partes

Certo curador (sic) paulistano-jardínico (i. e., habitante da rica vertente sudoeste do espigão divisor da cidade) pretende, em sua próxima e autoproclamada "polêmica exposição", que a arte produzida pelos botocudos, aimorés, craôs e guajajaras seja em tudo semelhante às decantadas manifestações estéticas dos hunos, saxões, ostrogodos e suevos (e vice-versa).
Para demonstrá-lo, a formidável instituição cultural que me provê o ganha-pão financiará expedições até as absconsas (êpa!) malocas dos nativos do Bananão, de modo que os bárbaros visitantes logo estabeleçam vivo contato com os aborígenes inzoneiros. Deseja-se, assim, propalar a indigência intelectual das tribus europeias (100 mil o grama) entre os bravos gentios, esses escravos cardíacos que somos da nacionalidade e dos pátrios adjetivos.

7.9.09

Venu, vu, vendu


Acometido pelo implacável esprit d'escalier, não resisto e ecfraseio:

Lula, o camponês rechonchudo em seu dia de momo na feira (como é grotesca nossa faixa presidencial!), enganado pelo nariganga e finório mascate da cidade, filho provável de ciganos. Ao fundo, o esquadrão aerobático gaulês indica a "nota realista" dos bilhões no entrecho, conforme cantaria o mui pranteado poeta Tomás de Alencar.