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"Continuei
a folhear a parte escrita do livro e logo a coluna Origem fascinou-me e
nela comecei a viajar prodigiosamente na toponímia das gerais. Havia
cidades de nomes escuros como tocas, noturnos antros, poço – Aiuruoca,
Itaúna, Mutum; outras, tinham-nos de desolação partida adeus e
descampado – Abre Campo, Além Paraíba, Bonfim, os dois Carmos (de
Parnaíba e do Rio Claro), as duas Dores (do Indaiá e da Boa Esperança);
de degredo, perigo e desterro – Extrema, Serro, Monte Carmelo, Tremedal,
Passa Tempo; de preciosidades secas, estreladas de pedrarias – diamante
do Abaeté, Grão Mogol, Estrela do Sul, Lavras, Diamantina, Minas Novas;
das riquezas do metal diabólico – Vila Rica, Ouro Preto, Ouro Fino,
Cocais; das espirais de conchas cheias de eco no bojo recurvo – Caracol,
outra vez Aiuruoca, Guaranésia, Jequitinhonha, Manhuaçu, Paraopeba,
Pirapora, Cataguases, Guanhães; das alegrias sonorosas, promissoras de
noites mineiras de lua, violões, cachaça e canções – Campista, Frutal,
Palma, Prados, Oliveira, Minas Novas, Sete Lagoas; de dura agressividade
– de novo Pirapora, Rio Casca, Itapecerica, Carangola, Três Pontas.
Lindas de nome, de nomes peito aberto, sugestivos de figuras maternais
ou dos vultos das amadas – Palmira, Leopoldina, Mariana, Januária,
Patrocínio, Bárbara, Luzia, Quitéria, Rita e Conceição. Os achados que
eu ia fazendo me encantavam e vi que meu trabalho marcharia inseparável
da poesia geográfica da minha Minas." (Pedro Nava)
Um comentário:
Sale Oktoaueba, entra Oktomanaueba
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