5.2.10

Dino Buzzati

"O tempo entretanto corria, sua batida silenciosa marcando cada vez mais precipitadamente a vida, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás. 'Pare, pare!' se desejaria gritar, mas vê-se que é inútil. Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam inertes, acaba-se sendo arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca."

(O deserto dos tártaros, XXIV)

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