3.5.09

Krishna neles

Os analistas sociológicos de Rosa linearizam (procedimento estatístico aqui tomado como bobo empobrecimento: classes oprimidas → libertação revolucionária, ou ainda mais tolamente, classes oprimidas → realismo socialista → libertação revolucionária (ou não), teleologia que apenas revela, pelo negativo, a influência das alegorias cristãs sobre as crenças dogmáticas da era moderna) as anfractuosidades estruturantes da composição, igualando-a ao pior da literatura “conformista”, ou mesmo “reacionária” (e assumindo que tais assombrações efetivamente existem).
Embora alguns desses cândidos autores até tangenciem o cerne do problema com exatidão e propriedade, são incapazes de penetrar (êpa!) a verdadeira dimensão geográfica dos livros do divino cordisburguense. Isso talvez porque se ocupem por muito tempo de leituras digressivas – e mesmo deslocadas (classe operária, Marques, Schwarctkz) do vero núcleo. Conquanto minuciosos, alguns "chatoboys" (Oswald dixit) chegam a desconhecer, atarefados com a mais-valia do comércio de gado, a orografia antiqüíssima do Sertão. Há neles pouca geologia – aspirationes terrarvm – e muito Adorno, o Caretão. Inventaram um modelito bacana para o Machado e vivem, locupletos, a machadar os demais, fustigando com rótulos pouco lisonjeiros os pobrescoitados que não se prestam à xuártica ferramenta.
Curioso constatar, de resto, como os materialistas históricos brazucas sempre exalam horror ao Signo, numa espécie de cegueira a tudo que lhes possa, ainda que tenuemente, cheirar a "formalismo", neoplatonismo, música e pintura, isto é, à visualidade da forma. Assim lhes escapa por entre os dedos o que acho que realmente importa nos poemas de Corpo de baile.
Amigo dos generais, sim, mas Goethe não participou dos exércitos da Reação ao lado de seu príncipe? Y qué?
Nunca leram, decerto, o Bhagavadgîtâ...

Um comentário:

flogisto_calavera disse...

meu querido amigo,

que os nomes dessa corja comunista uspiana ardam no inferno do esquecimento.

abraços,

breno