Debaixo do angu tem molho, e atrás de morro tem morro
6.1.07
Bête noire
"Em Roraima encontram-se também os humanos mais primitivos do planeta: o povo Yanomami. Como roraimense e governador, não poderia deixar de divulgar Roraima com certo orgulho e paixão."
Neudo Campos Ex-Governador
6 comentários:
Anônimo
disse...
Eu me lembro da época em que salvar os Yanomamis era uma causa, hum, nacional. As revistas todas traziam aquelas fotos dos curumins com uma faixa vermelha pintada sobre a região dos olhos, e eu achava tudo muito bizarro, muito selvagem. Também me lembro que, volta e meia, o cacique Raoni (a que tribo ele pertencia?) aparecia na televisão com aquele estranhíssimo alargador de boca, do exato diâmetro de um cinzeiro de bar. Creio que eles conseguiram o que queriam do Incra, ou então a imprensa simplesmente passou a ignorá-los, como nós, da "opinião pública", que temos uma memória de não mais do que quinze dias (Goberi dixit).
Acho que eles viraram garimpeiros, têm pickups e mulheres brancas e agora já não são dignos da piedade nacional, no que foram substituídos pelos bolivianos.
Salvar os Yanomamis não era só uma causa nacional, mas internacional, caro donato. Inclusive, teses e mais teses foram escritas sobre o tema nos centros intelectuais mundo afora. E quanto às suposições do josé américo, fiquem sabendo que eles não têm pickups nem mulheres brancas, muito menos viraram garimpeiros, foram apenas relegados pela FUNAI às missões religiosas e ong's ambientalistas. Medo.
Ah, burro que sou, confundi a Funai com o Incra. Em meu cérebro quase agonizante, ambos os órgãos pertencem ao léxico que se aplica à categoria "disputas territorias longínguas". De qualquer forma, não creio que os Yanomamis sejam tão primitivos quanto se diz; não mais primitivos que certa parcela da população urbana (na qual me incluo, a saber).
6 comentários:
Eu me lembro da época em que salvar os Yanomamis era uma causa, hum, nacional. As revistas todas traziam aquelas fotos dos curumins com uma faixa vermelha pintada sobre a região dos olhos, e eu achava tudo muito bizarro, muito selvagem. Também me lembro que, volta e meia, o cacique Raoni (a que tribo ele pertencia?) aparecia na televisão com aquele estranhíssimo alargador de boca, do exato diâmetro de um cinzeiro de bar.
Creio que eles conseguiram o que queriam do Incra, ou então a imprensa simplesmente passou a ignorá-los, como nós, da "opinião pública", que temos uma memória de não mais do que quinze dias (Goberi dixit).
Acho que eles viraram garimpeiros, têm pickups e mulheres brancas e agora já não são dignos da piedade nacional, no que foram substituídos pelos bolivianos.
Salvar os Yanomamis não era só uma causa nacional, mas internacional, caro donato. Inclusive, teses e mais teses foram escritas sobre o tema nos centros intelectuais mundo afora.
E quanto às suposições do josé américo, fiquem sabendo que eles não têm pickups nem mulheres brancas, muito menos viraram garimpeiros, foram apenas relegados pela FUNAI às missões religiosas e ong's ambientalistas.
Medo.
Ah, burro que sou, confundi a Funai com o Incra. Em meu cérebro quase agonizante, ambos os órgãos pertencem ao léxico que se aplica à categoria "disputas territorias longínguas". De qualquer forma, não creio que os Yanomamis sejam tão primitivos quanto se diz; não mais primitivos que certa parcela da população urbana (na qual me incluo, a saber).
Donato
Mais uma atalhada: longínQuas.
Donato
Grande coisa. Há colônias de Neandertais e Cro-magnons em São Paulo. É só pôr-se a andar de metrô...
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