Faz
dois meses que leio os jornais de 1964 praticamente todos os dias para
um trabalho de pesquisa, e fico a cada edição mais chocado com a
semelhança entre a
atual retórica antiPT e antipobre e o que se escrevia contra a
"subversão" e a "corrupção" janguista no vitorioso PiG da época,
lacerdo-udenista e "linha dura" desde
criancinha e firme-forte cinquenta anos depois. Hoje mesmo, li por acaso
as primeiras cinco palavras de um
artigo do mané e PiGsmarschall Pondé, de que no quiero acordarme, que
parece zolamente
acusar as universidades públicas (claro, as dominadas pelo mensalão do
PT; as universidades privadas, em especial a da igreja que emprega o mané, continuam a combater destemidas o comunismo ateu) de propagarem em nosso direito país a malvada (Stálin matou tantos
milhões, Mao mais um montão etc.; nunca citar os zilhões mortos pela
fome e pelas guerras capitalistas) doutrina marxista, citando dois
jovens
conhecidos que até largaram cursos de humanas por não suportar a
doutrinação e o búlim ideológico dos colegas e professores
soviético-castristas. Bem, a única cousa que se pode recomendar aos
assustadiços estudantes democráticos - assim eram chamados e
homenageados os que caçavam supostos comunistas ("totalitários") a
porrete - é que parem de ler Pondé e se concentrem em pesquisar bons
argumentos para debater e bater no marxismo em sala. Mas é inútil: seria
o mesmo que pedir à Marina que renegasse a superstição itaúnica e
aceitasse, enfim, a Suprema Verdade Darwinista. Inútil: a direita
rentista e proprietária jamais perdoará o Homem de Trier por ter
desnudado o rei. A história, assim,
se repete como farsa, mas atenção, as armas brandidas em cena
continuam não sendo
de festim.