4.11.13

Faz dois meses que leio os jornais de 1964 praticamente todos os dias para um trabalho de pesquisa, e fico a cada edição mais chocado com a semelhança entre a atual retórica antiPT e antipobre e o que se escrevia contra a "subversão" e a "corrupção" janguista no vitorioso PiG da época, lacerdo-udenista e "linha dura" desde criancinha e firme-forte cinquenta anos depois. Hoje mesmo, li por acaso as primeiras cinco palavras de um artigo do mané e PiGsmarschall Pondé, de que no quiero acordarme, que parece zolamente acusar as universidades públicas (claro, as dominadas pelo mensalão do PT; as universidades privadas, em especial a da igreja que emprega o mané, continuam a combater destemidas o comunismo ateu) de propagarem em nosso direito país a malvada (Stálin matou tantos milhões, Mao mais um montão etc.; nunca citar os zilhões mortos pela fome e pelas guerras capitalistas) doutrina marxista, citando dois jovens conhecidos que até largaram cursos de humanas por não suportar a doutrinação e o búlim ideológico dos colegas e professores soviético-castristas. Bem, a única cousa que se pode recomendar aos assustadiços estudantes democráticos - assim eram chamados e homenageados os que caçavam supostos comunistas ("totalitários") a porrete - é que parem de ler Pondé e se concentrem em pesquisar bons argumentos para debater e bater no marxismo em sala. Mas é inútil: seria o mesmo que pedir à Marina que renegasse a superstição itaúnica e aceitasse, enfim, a Suprema Verdade Darwinista. Inútil: a direita rentista e proprietária jamais perdoará o Homem de Trier por ter desnudado o rei. A história, assim, se repete como farsa, mas atenção, as armas brandidas em cena continuam não sendo de festim.