9.11.12

Isso posto, só tenho uma cousa a acrescentar: entra Umbabaraúma, sale Ouktomanauebah.


"Continuei a folhear a parte escrita do livro e logo a coluna Origem fascinou-me e nela comecei a viajar prodigiosamente na toponímia das gerais. Havia cidades de nomes escuros como tocas, noturnos antros, poço – Aiuruoca, Itaúna, Mutum; outras, tinham-nos de desolação partida adeus e descampado – Abre Campo, Além Paraíba, Bonfim, os dois Carmos (de Parnaíba e do Rio Claro), as duas Dores (do Indaiá e da Boa Esperança); de degredo, perigo e desterro – Extrema, Serro, Monte Carmelo, Tremedal, Passa Tempo; de preciosidades secas, estreladas de pedrarias – diamante do Abaeté, Grão Mogol, Estrela do Sul, Lavras, Diamantina, Minas Novas; das riquezas do metal diabólico – Vila Rica, Ouro Preto, Ouro Fino, Cocais; das espirais de conchas cheias de eco no bojo recurvo – Caracol, outra vez Aiuruoca, Guaranésia, Jequitinhonha, Manhuaçu, Paraopeba, Pirapora, Cataguases, Guanhães; das alegrias sonorosas, promissoras de noites mineiras de lua, violões, cachaça e canções – Campista, Frutal, Palma, Prados, Oliveira, Minas Novas, Sete Lagoas; de dura agressividade – de novo Pirapora, Rio Casca, Itapecerica, Carangola, Três Pontas. Lindas de nome, de nomes peito aberto, sugestivos de figuras maternais ou dos vultos das amadas – Palmira, Leopoldina, Mariana, Januária, Patrocínio, Bárbara, Luzia, Quitéria, Rita e Conceição. Os achados que eu ia fazendo me encantavam e vi que meu trabalho marcharia inseparável da poesia geográfica da minha Minas." (Pedro Nava)

7.11.12

Sempre que leio velhos intelectuais relembrando os velhos tempos de universidade, quando conheceram colegas célebres e/ou se deram conta pela primeira vez da injusta distribuição e/ou de sua missão intelectual neste mundo, ouço nas entrelinhas os silêncios estridentes das farras, bebedeiras e putarias omitidas. Menos nos casos do R. Schwarz e do A. Candido: esses parece que só estudaram mesmo (Oswald e Luís Martins zoavam os chatoboys da usp por só frequentarem leiterias).

5.11.12

O que acho mais genial na política de cotas para alunos de escolas públicas é que muito mauricinho patricinha vai começar a pensar em se transferir para uma escola estadual de olho na vaga universitária. Assim, aos poucos deixando de funcionar como uma espécie de presídio semiaberto (os prédios das escolas públicas reproduzem até as grades) exclusivo dos jovens pobres (e são quase todos pretos ou quase pretos etc.), pode ser que um dia melhoremos.