4.11.07

Louvou geral

Louvação matutina em templo evangélico na sede do Batalhão de Pegação Geral. Os belicosos fiéis se autoproclamam os Caveiras de Cristo.

3.11.07

Capitão Nascimento neles (II)

Por um desses tristes caprichos dos numes, caiu-me nas mãos um recente exemplar de RIP, publicação yuppie em que a April, Inc. mercadeja as seminudezas das periguetes da vez.
Trata-se de mais uma daquelas revistas para mulheres sexual ou profissionalmente frustradas, só que em versão pouca coisa mais macha e paulistana.
Tudo, parece, foi feito para o pessoal da firma se entreter entre uma e outra sessão de homebroking, ou nos intervalos de Lost. O discurso pretende reconstituir uma descontraída conversa de bar na Vila Olímpia. Os textos, por isso, insistem no calão carcamano, reiterando certas gírias do pessoal da periferia mais afeito à hodierna correria. Explorando as afinidades simpáticas entre as duas rafaméias, a publicidade invariavelmente descamba para a incitação aos perfumes importados, óculos escuros idem e bebidas destiladas ibidem.
Quanto às periguetes, são quase todas muito, muito semelhantes àquelas dos comerciais de cerveja nacional (peitos, cabelos, biquinho, etc.), apenas mais bem maquiadas e trajadas com maior, digamos, apuro. Consta inclusive que, num desses reclames chauvinistas, a gostosa mais BOA do mundo, ora reeleita pelo ranking de RIP, preside uma sinagoga de típicos leitores RIP (o sorriso, a gravata finalmente afrouxada), pagodeando decotada a cerveja nacional homônima.
As preferências dos bem-sucedidos leitores RIP são mesmo para lá de corriqueiras. É notável a presença de centenas de starlets do axé, da "música romântica" e do submundo do consumo orwelliano entre as dez mais manteúdas do ranking. Isso provavelmente iguala os instintos dos plebói aos dos ladrões que amiúde lhes arrebatam os preciosos redondos. Algumas páginas a jusante da loira lista, encontra-se até um falso conto erótico em suposta e torpemente feminina primeira pessoa, o manjado caso do estupro gostoso e, portanto, não notificável às autoridades competentes. No post-coitum, a April, Inc. ainda oferece duzentos paus aos limítrofes que perpetrarem conto publicado.
Ao cabo, o editorial de moda exibe figurinos que o leitor médio da revista - a quem conheci ad vomitum durante os anos de tetudas vacas corporativas - só vestiria se ostentando no Hard Rock Cafe de Orlando o galardão de vencedor na vida. Porque os modelitos, sem exceção, são todos "coisadiviado".
E a lembrança repentina de que o muitas vezes pranteado Diego era assinante RIP havia mais de dez anos.

2.11.07

Police go home

Alguém será capaz de negar que as Polícias Militares Estaduais e a Rede Globo de Televisão sejam as mais nefastas e presentes heranças malditas da ditadura dos milicos?
Só aceitarei comentários em contrário se contiverem alusões maldosas ao estilista de Saraminda (sic).

1.11.07

L'ennui et la revolución

A vitória futebolística dos pós-de-arroz paulistanos foi tão anticlimática que o tédio resultante das comemorações já se compara ao da festiva "escolha" do "País" como "sede" da "Copa".

Moral: qualquer saída revolucionária que não tenha como prioridade o empastelamento incondicional d'A Globo não precisa contar com o meu apoio.